sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os óculos da Didática

Gostaria de enxergar um mundo escolar. Onde todos vivessem em comunidades escolares. Os pais viveriam em função da escola. Vizinhos e todos da rua vivessem desunidos do mundo alienado e inteirados à vida acadêmica para tornar a rotina diária não mais rotina, mas uma aventura, onde o mutirão ajudaria na construção de também casas – digamos o fim das favelas – e a construção da verdadeira casa livre de preconceitos, com uma crença única: a educação. Mas um dia haveria um fim. Não me refiro a morte, mas o fim do convívio nesta sociedade bela e utópica. Onde a aventura requer o mais, a busca. E assim aquelas sementinhas sociais saem deste núcleo de Vida para embrenharem-se na vastidão dos campos diversos em cultivo, com saberes diversificados e da mais pura imagem. A dura prova para cada sementinha é carregar dentro de si e de seu pequeno tamanho todas as relações com que tivera no convivo de seu Lar-Escola. Deixar este lar para um passo maior deve antes ser percebido por ela o próprio ser em brotar, que ela ainda não sabe o que vai ser, mas tem que se arriscar. Enxergar, descrever a visão sem distorções com o auxílio de todos que convivem com ela talvez seja a visão poética de quem tem que avaliar bem o que está vivendo, aceitando as outras visões não como verdades, mas como avaliações que também possam orientar seus próprios questionamentos, armazenando assim o que for importante para sua viagem do conhecimento.