sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os óculos da Didática

Gostaria de enxergar um mundo escolar. Onde todos vivessem em comunidades escolares. Os pais viveriam em função da escola. Vizinhos e todos da rua vivessem desunidos do mundo alienado e inteirados à vida acadêmica para tornar a rotina diária não mais rotina, mas uma aventura, onde o mutirão ajudaria na construção de também casas – digamos o fim das favelas – e a construção da verdadeira casa livre de preconceitos, com uma crença única: a educação. Mas um dia haveria um fim. Não me refiro a morte, mas o fim do convívio nesta sociedade bela e utópica. Onde a aventura requer o mais, a busca. E assim aquelas sementinhas sociais saem deste núcleo de Vida para embrenharem-se na vastidão dos campos diversos em cultivo, com saberes diversificados e da mais pura imagem. A dura prova para cada sementinha é carregar dentro de si e de seu pequeno tamanho todas as relações com que tivera no convivo de seu Lar-Escola. Deixar este lar para um passo maior deve antes ser percebido por ela o próprio ser em brotar, que ela ainda não sabe o que vai ser, mas tem que se arriscar. Enxergar, descrever a visão sem distorções com o auxílio de todos que convivem com ela talvez seja a visão poética de quem tem que avaliar bem o que está vivendo, aceitando as outras visões não como verdades, mas como avaliações que também possam orientar seus próprios questionamentos, armazenando assim o que for importante para sua viagem do conhecimento.

sábado, 27 de março de 2010

A Criança Moderna

“A educação natural;
A educação como processo;
A simplificação do processo educativo e
A importância da criança.” (Piletti, 2008, p.122, 123)

Os fundamentos acima descritos são de Jean Jacques Rousseu.
Penso que ninguém pensava nas crianças (do ponto de vista pedagógico) até Rousseau!
Depois de Rousseau, aquele lixo do método educacional, com seus adeptos, visto que, com certeza Rousseau enfrentou opiniões contrárias, devem ter vindo parar no Brasil. Vai ver que é por isso que a Europa está sempre na vanguarda da educação e especificamente a França é o berço intelectual ainda hoje considerada.
Mas Rousseau não é santo não nesta história, conforme Law (2009, p.293) Rousseau, “embora admitisse ser um mau pai, tinha idéias firmes sobre a criação de crianças”. Mas que grande contradição não?!?
A resposta a esta perplexidade é que sim as idéias daqueles fundamentos citados no caput eram lógicas e racionais. Porém faltava a validação destas hipóteses e cerca de 30 anos mais tarde Pestalozzi pratica seu método pedagógico. Pestalozzi foi grandemente influenciado a partir das idéias naturalistas de Rousseu.
A pedagogia de Pestalozzi buscava uma reforma social. É a criança o veículo desta reforma. A natureza da criança é desenvolvida sem a intervenção de uma sociedade que poderia destruir esta característica inata da criança.
Em seu livro, "Como Gertrudes ensina suas crianças" (1), Pestalozzi expõem seu método pedagógico. Ele vai escrever sobre a ação concreta que desenvolvia junto a crianças órfãs. Lembremos de uma das máximas de Pestalozzi: "A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação. É atividade.” (1)
Entretanto, a história nos conta que foi muito difícil Pestalozzi desenvolver sua empreitada.
Após pesquisar sobre o assunto, o que mais me chamou atenção foi que naquele tempo, a criança não era pensada como um ser. Vejo aquelas crianças como que, ou “enfeitadas” por uma classe nobre, ou então elas eram mais uma “unidade econômica” da burguesia, ou então as crianças eram descartadas e marginalizadas por ambas as classes.


Referência Bibliográfica:

PILETTI, Claudino; PILETTI, Nelson. Filosofia e História da Educação. 15. ed. São Paulo: ABDR, 2008.

LAW, Stephen. Filosofia: guia ilustrado Zahar. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

(1) http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi, acessado em 22/03/2010.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Julgados pela Ética, justificados pela Lei

Como deve ser a dinâmica de julgamento que o homem cotidiano faz e seu relacionamento com a justiça grega antiga, ícone de referência ao Ocidente contemporâneo?
Na Grécia antiga, havia uma conduta comportamental individual e natural que mudavam ou mantinham alguns de seus costumes. Refiro-me a moral(1) grega.
Numa segunda assertiva, a reflexão filosófica sobre tal conduta comportamental individual e posteriormente social feita por filósofos como Sócrates e Platão(2) caracterizaram a antiga ethica grega.
Minha investigação não parou por aí. Surgiu neste caminho uma indagação: será que a partir da reflexão filosófica (Ética sobre a moral) poderia nascer então a Justiça que se justificaria por suas leis que começam a ser criadas ou modificadas? Se a resposta for sim, então se conclui que a lei de uma determinada sociedade não é a sua moral, mas produto de uma ciência Ética aplicada filosoficamente sobre a conduta de comportamento social e seus costumes (moral), ou seja, a Ética é também uma filosofia sobre a moral que pode resultar em Leis. Não é a Lei que cria ou modifica a moral. É o contrário, toda mudança ocorrida na moral de uma sociedade ou parte dela, poderá resultar numa determinada criação ou mudança de Leis em sua Justiça, se utilizar-se do recurso da reflexão filosófica com base na ciência Ética.
Exemplificando:
1) É o homem enquanto sociedade organizada que cria ou modifica a Lei a partir de uma contínua avaliação e julgamento (Éticos) que faz sobre a conduta moral de sua sociedade.
2) No uso da ciência do Direito, por exemplo, não é a lei que julga. Novamente entra em cena o papel do homem como julgador. A Justiça (instituição) torna-se condutora moral da lei. A lei torna-se condutora moral da sociedade e é pela lei que o homem julga sempre tendo por base (no caso) a ciência do Direito.
3) Por ser a lei condutora moral da sociedade isto não significa que a moral deva ser a lei, uma vez que, é a moral e não a lei, objeto de estudo da Ética.
4) Por fim quando existe a necessidade de uma ciência Ética que avalie e julgue novas condutas sociais (casamentos homossexuais, por ex.) ela deve avaliar e julgar podendo levar em consideração o código moral em vigência, mas não deve deixar de considerar a questão do tempo e do espaço em contra posição aos “princípios universais(3)”.

Armando Poli Junior

Referências:

(1) FONSECA, Cássio M. A Ética. 2. ed. São Paulo: Edipro 2003: “Cícero, primeiro ou entre os primeiros que traduziu “ético” por moralis”. (Fonseca 2003:49). Sobre Cícero:
Cícero, Marco Túlio (106-43 a.C.), escritor, político e orador romano. Embora sua carreira política tenha sido notável, Cícero é especialmente conhecido como o orador mais eloqüente de Roma e homem de letras. Sua obra influenciou Petrarca e outros escritores do Renascimento.
Criou um elaborado estilo de prosa, combinando claridade e eloqüência, e se converteu em um dos modelos para julgar a literatura latina. Destacam-se seus tratados De Legibus (Das leis), De Officiis (Dos deveres) e De Natura Deorum (Da natureza dos deuses). Suas obras retóricas escritas em forma de diálogo, em especial De Oratore (Da retórica), são de grande valor como modelos e como fonte de material histórico. As mais famosas das suas peças de oratória são as quatro Catilinárias e as 14 Filípicas.
Entre suas obras menores, cabe destacar os tratados De Senectute (Da velhice) e De Amicitia (Da amizade).
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2) ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

3) Centro Universitário Claretiano - CEUCLAR - Caderno de Referência de Conteúdo - Ética I; p. 6.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Pensamento de um pensante em Férias

Se você deseja um pouco de tranqüilidade conheça este “club”. http://www.tuckerspoint.com/dvd/hi.html

Talvez possa juntar seus “porquinhos de moedas” e também associar-se. É uma boa dica!


“Bermuda de telhas em rochas, pintadas com a alva cor para o calor dissipar.

Telhados lavados com cloro, coletando chuva e sempre límpida sua água tornar.

Furacão não leva esta beleza que as paredes suportam sem desanimar.

Para a lareira defender seus tijolinhos cerâmicos, concreto e rocha suas paredes (de 34 cm de espessura) são a formar.”


Fonte: Mitzi Poli; texto: Armando Poli Jr.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Haiti, um mês depois...

Nesta noite de 12 de fevereiro de 2010, uma sexta feira, o grito carnavalesco brasileiro estronda nos bailes mascarados do país. Serão dias de muita bebida, muita música e também de muito “love”!
Escolas de Samba fazem os últimos acertos de carros alegóricos que vão prestar homenagens às vítimas do terremoto do Haiti, afinal houve pouco tempo para prepará-los, mas o que vai valer mesmo é a boa intenção (de bem impressionar à comissão julgadora?)
A mídia transmite ainda algum flash de gravações feitas de algum momento emocionante. Explorar o drama como episódios novelescos atraí os pontos da TV além de atrair maior valor ao tempo de patrocínio comercial.
Até quando responsabilizarão os internautas pela ajuda humanitária?
Nunca vi as emissoras de TV tão forçadas pelo egoísmo, como há um mês.
Todas as emissoras passavam a importante informação que aqui transcrevo: “Para maiores informações sobre como ajudar, acesse: www...” Coitadinhos dos internautas, foram somente eles que ajudavam, enquanto a grande parte da população brasileira imersa numa astenia imobilizante se tornava cada vez mais perplexa do que agente modificador e pró-ativo de uma nação que também está em desenvolvimento. Acho que já acabou o tempo que a vovozinha mantinha um pedaço de papel e um lápis para ir anotando os endereços e contas que as emissoras passavam através de seus programas televisivos e radialísticos.
Bem, agora como tudo já passou. Vão passar por cima desta tragédia, talvez com dezenas de milhares de toneladas de terra para reconstruir a cidade. Escavar e aterrar o entulho são uma grande perda tempo. Decidem ser mais sensato nivelar algum campo próximo e utilizar da terra excedente para aterrar (enterrar) de vez os escombros e daí criar a nova Porto Príncipe.
Eu até acho que uma boa saída econômica para o Haiti seja explorar no futuro o turismo a vários parques temáticos neo-sociais sobre alguma importante edificação destruída (como feito com as Torres Gêmeas, NY). Atenção, não estou falando em disneys!
Olha, melhor mesmo é parar por aqui. Prefiro falar sobre o Carnaval e como ele pode trazer mensagens de paz, de harmonia, de musicalidade, de alegoria, de enredo ao cotidiano do ser humano neste mundo chamado Terra. Carnaval é bom se o pensarmos bom! Carnaval é mal se deixarmos que ele tente encobrir uma notícia desagradável.